15 setembro, 2010

continuar.


Conheci um menino. Ele parecia o mais perfeito possível. Tinha um sorriso cativante e palavras que sempre roubava minha atenção. Histórias perfeitas, vida perfeita. Até seus motivos de sentir falta ou arrependimentos eram perfeitos. E eu acreditei nessa perfeição por tanto tempo. Passou-se meses depois disso tudo, dessa minha ilusão ao perfeito e hoje relia históricos de MSN. Desde a primeira até as – no qual só eu falava por sinal – últimas conversas. E jurava nunca o esquecer e o amar, meu eterno BFF. E ele insistia em dizer ‘parar com isso’. E parei de acreditar no sempre, mas nunca abandonei a idéia de que ele sempre seria prioridade. Como dizem que o tempo concerta tudo, ele concertou meu conceito de prioridade, assim como as águas do mar levou-o do meu coração. Lugar onde ele esteve por uma amizade. Que se destruiu. E por incrível que pareça ele não está mais incluso em minhas prioridades, mas suas palavras sim. Certa vez ele me disse “mas o importante não é ser importante, e sim dar importância a quem nos acha importante. Decora essa frase” e ele não lembra mais disso, eu sei. Nem eu, confesso. Mas o que uma boa lida de históricos antigos não fazem não é mesmo? Eu hoje estou totalmente diferente a tudo que ele conheceu – literalmente- e nem se ele lesse, ou relesse esse texto várias vezes ele conseguiria acreditar, ou se talvez me visse conseguiria me reconhecer. Eu não vejo porque provar isso pra ele agora. Eu nem sei aonde ele está agora, como ele está, o que tem feito da vida (Confesso que quis saber, liguei. Desligado). Como o tempo muda tudo. É espantoso perceber que hoje eu não precisava dizer que sentia falta, nem te amo ou não ia te esquecer nunca. Porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ele nunca precisou disso. Pra ele só existia o hoje. O ontem passou, se você foi importante, me prove hoje que deve continuar assim, amanhã? Estarei vivo até lá? Quem me garante? Foi e sempre será assim. Eu posso não conhecer sinceramente 50% dele. E posso hoje não querer – tanto - mais isso. Mas nada que algumas horas de frente a tela do computador não me faça sentir saudade, e sentir aquele transtorno intermitente e perene de implorar por 'um pouco mais'. Esse é o meu jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência em esperar o tempo passar e minha vida continuar. Simples. A dele também continua. Sempre continuou.

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