26 novembro, 2010

O Livro Simultâneo - Parte IV

O livro simultâneo do amor - parte IV


Com o pensamento unicamente naquela voz o garoto tenta: “Como você se chama?” Eu intrometida tentando “entrar” no livro respondi: Ana, e como se ele tivesse me escutado no livro o garoto dizia: você consegue amar uma pessoa que não pode tocar Ana? Arrepiei na hora e joguei o livro no chão, como isso acontecera? Era muita conhecidência, e o câncer? E a sua cura? Passado alguns minutos peguei o livro e tentei saber o final daquele garoto, mas não havia um final, as páginas estavam totalmente em branco, fiquei paralisada sem saber o que fazia, pensei que aquilo era loucura da minha cabeça, mas por um segundo de loucura total eu gritei : “eu acredito” ! Abri o livro e puder ver simultaneamente uma linha do livro escrever: “que bom, porque eu aprendi a amar a sua voz que é a única coisa que consigo escutar nesse mundo tão escuro e vazio, me diga, sem gritar porque a partir do momento que eu estou pensando em você e você em mim parece que consigo te escutar fluentemente, você me ama?” Eu não conseguia acreditar, eu estava MESMO conversando com um livro? Quem era esse menino? Quem? Resolvi perguntar: “Como posso te amar? Nem sei quem é você, como você é..” E de novo simultaneamente li a nova linha do livro que dizia: Acho que você sabe mais de mim do que você pensa, me conte Ana, me conte de você.. Ele me respondeu com um toque de graça.
Foi a conversa mais estranha da minha vida e por algumas longas e divertidas horas eu comecei a conversar com o livro, ou melhor, com o Eduardo, era esse o seu nome, eu dizia e logo aparecia estranhamente novas linhas ao meu livro.. Já era tarde quando percebi que havia passado o meu dia praticamente inteiro ali, deitada na cama conversando com ele.

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